quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

CARTA PARA (EX) CRUSH


Para o garoto que deu azar de ter chamado a minha atenção (e deve achar que sou louca!):
 
Talvez eu me lembre do dia em que eu ti vi pela primeira vez (ou talvez não), mas lembro exatamente do dia em que resolvi te mostrar para a minha fiel escudeira e as palavras dela: “Qual? Aquele que está olhando pra cá?” então notei que os meus olhares eram recíprocos e depois desse dia você invadiu a minha vida (ou fui eu que invadi a sua?).

Passei o resto do ano de 2015 te estudando, acompanhando seus passos e seus olhares, descobrir qual curso você faz não foi nada difícil, pelo menos uma vez na semana você faz questão de aparecer com a camiseta estampada no peito, te observando percebi que você sempre chegava em cima da hora, em um ônibus diferente, ou seja, você não é da cidade.

Mas mesmo depois de vários olhares, encontros pelos corredores do meu centro e várias informações você continuava sendo um ser sem nome. Quem me conhece sabe o quanto sou determinada quando quero uma coisa e seu nome era uma dessas coisas. Não vou contar como descobri porque um mágico nunca revela o seu truque, então encontrei o seu nome e seu perfil no Facebook, me surpreendendo ao notar que sua capa é a imagem da minha tela preferida e que um dia também foi a minha capa (pode me stalkear se duvida). Finalmente aqueles olhos tinham um nome.

E assim acabou o ano letivo de 2015, chegou a semana de recesso e eu fui viajar na esperança de dias tranquilos e sem a expectativa de esbarrar em você. Só que eu não contava com o destino (ou coincidência? Nunca sei qual um dos dois) em ter no mesmo lugar, na mesma praia, no mesmo período, alguém tão parecido com você. Para mim era seu irmão gêmeo, talvez um pouco mais alto, mais musculoso, mas o mesmo estilo, o mesmo corte de cabelo e até mesmo o olhar era parecido (e tenho uma foto para comprovar!). Portanto fiquei 7 dias deslumbrando seu irmão gêmeo e no primeiro dia do ano, eu em uma janela tendo como visão ele e sua namorada (sim! Seu “irmão gêmeo” tem uma namorada!) resolvi prometer a mim mesma que em 2016 eu seria uma garota de mais atitude e de coragem. Despedi-me dele em uma terça-feira, quando os dois estavam de partida para suas respectivas cidades.

Voltando para a realidade e para a faculdade me deparo com uma novidade em seu rosto, uma novidade chamada óculos. Preciso confessar que suas fotos com óculos de sol sempre foram as que mais chamavam minha atenção, então ver você com óculos de grau me agradou mais ainda, porem gosto quando me surpreende e chega ou vai embora ou passa o intervalo sem seus óculos. E também percebi que de seu irmão gêmeo aquele cara não tem nada, simplesmente conectei seu rosto no dele.

Só que, em menos de uma semana cujas aulas tinham voltado, eu decido fazer algo que você sabe muito bem o que é e não foi fácil fazer isso. Significava que a partir do momento que você soubesse que era eu, seus olhares iriam mudar. Então, quando foi postada e em menos de 10 minutos (se não me engano) já tinha várias curtidas e vários comentários incentivando a menina adicionar você, então eu explodi em sentimentos e sensações, uma mistura de medo, ansiedade, vergonha, falta de ar e uma alegria sem tamanho... Mas eu esperava a sua resposta e você não demorou nenhum pouco para comentar: “add aí (ou add lá, não me lembro). Pronto! Os dados tinham sido lançados, o jogo ia começar.

 Você não faz ideia do quão difícil foi sair daquela sala naquela quinta-feira, muito provável que na hora de ir embora você já saberia que eu era aquela pessoa tímida que pedia para você puxar papo, então enrolei o máximo que pude para sair só depois que seu ônibus partisse e assim eu consegui não te ver naquele dia.

É claro que passei o resto daquele dia checando minhas notificações do Facebook, até que chegou o outro dia e nada! Assim, penso que você não vai seguir com os meus planos e começo a desistir de receber uma notificação sua. No entanto, ainda estava morrendo de vergonha só de pensar em ver você e mais uma vez não te encontro na hora da sua chegada. Mais aí você resolve me surpreender e no exato momento em que estou saindo da sala para o intervalo me chega uma notificação no Facebook: “GUSTAVO POLLATTO ACEITOU SUA SOLICITAÇÃO DE AMIZADE” (Você quer me matar, garoto?!). Depois deste momento várias coisas passaram pela minha cabeça, talvez a principal seja como voltar a respirar e muitas, mais muitas perguntas.

 

E ai?!?!?!

Pronto!

Você aceitou minha solicitação... E agora?!?!?




Assim eu fico na expectativa de receber uma mensagem sua, até porque o “combinado” era você puxar papo porque eu era muito “tímida” para isso e se você aceitou a solicitação era porque aceitava essa condição, isso era o que eu acreditava, mas não o que você fez. E eu estava realmente muito determinada em relação a você, por isso eu decido, mais uma vez, mandar uma mensagem a você esclarecendo que de fato era eu a moça e era somente isso que eu queria, que você tivesse certeza que fui eu.

Sempre quando eu acreditava que não iria haver respostas, quando eu aceitava que iriamos ficar só nos olhares (e olha lá, porque, depois de saber quem era, eu duvidava que iria continuar da mesma forma que era antes), você, mais uma vez me surpreende. Quando minha única alternativa era esperar você chegar e olhar bem nos seus olhos você passa, me olha, vira o rosto, eu morro de vergonha e você me responde, 30 minutos depois disso. Exatamente isso! Você me manda um oi com risos e diz que realmente “estava esperando essa garota mandar uma mensagem” e mais risos. (Você quer me matar, garoto?! De novo?!?!).

E mais uma vez minhas reações vão além do que eu esperava... O jeito foi sair da sala e respirar para pensar em o que responder, pois fui pega desprevenida, realmente não esperava, achava que nem iria responder e essa foi a única coisa que pensei em dizer a você: Mas achei q nem ia responder hahah” e depois de muito esperar, mais uma vez você me responde: Ué, pq não responderia kk” então naquele momento penso que consegui, finalmente falei com você e que por todas as vezes em que eu havia acreditado que nada iria dar certo, ali estava eu trocando mensagens com você.

Assim chega o intervalo e como você gosta de viver me surpreendendo ali estava você, no meu centro, passando o intervalo com seu celular na mão e nada de uma resposta, passo próximo a você para ver se nota que eu estava li, pedindo por mais uma resposta, mas não, você não me nota e também não me dá uma resposta.

E dessa forma, sem mais nenhuma mensagem sua, os dias passam e você se torna o meu "ex crush". Tento não esperar pela sua chegada, não me surpreender quando aparecia sem óculos, não me importar com uma crítica que recebi no mesmo lugar que procurei você , esquecer tudo isso que eu fiz, tento que você seja somente mais um garoto que passa pelos corredores do meu centro a caminho do seu, no entanto as coisas mudaram e não foram as minhas atitudes e sim as suas!

Hoje, depois de 1 mês que tudo aconteceu e trocamos aquelas mensagens você não me olha como antes, não quando eu estou olhando pra você, mas já faz parte da sua rotina passar o intervalo no meu centro e parece que até ficamos mais próximos (ou mais presente no dia a dia um do outro).

Finalmente chegamos ao final e a pergunta que não quer calar... Por que estou escrevendo isso?!?! Por que estou abrindo o meu diário e contando todas as minhas reações e sensações a você?!?!?

Porque, mesmo depois de tudo isso, mesmo depois de ter a certeza que não vou obter uma resposta, você continua mexendo comigo, você não é somente um garoto que passa pelos corredores, não é só mais um do seu curso que vai comprar nossas coisas ou pegar nossas mesas no intervalo e nunca vai ser. Você é o garoto que me deixa confusa, que me deixa sem ação e sem reação, você é o garoto que eu (e minha fiel escudeira) achava ser muito “coxinha”, ou seja, metido, mas que depois das 4 mensagens que trocamos eu passei a achar fofo (apesar dos pesares), é o garoto que uma vez, no intervalo sentou no banco ao lado do meu e fingiu que eu não estava ali do lado e em outra vez, enquanto esperava seu ônibus chegar me fez ficar estagnada e arrependida por não ter te encarado e tirado um “oi” de você, sendo essa a primeira vez em que ficamos sozinhos sentados em bancos lado a lado (talvez a primeira e a última oportunidade de fazer isso), você é o garoto que tomei uma atitude e coragem (cumprindo minha meta de começo do ano), é o garoto mais incoerente que eu conheço

E por mais que eu esteja ciente que o meu coração pertença a outra pessoa, é você que me faz ficar sorrindo igual uma retardada pelo simples fato de vê-lo, é suas únicas 4 mensagens que me faz sentir bem quando estou magoada,  é minhas lembranças com você que me faz ir dormir sorrindo, é você que eu fico “vendo” quando vou viajar (perdi as contas de  quantos irmãos gêmeos eu já criei para você) e por mais que você faça parecer ao contrario eu acredito que devo criar alguma reação em você, independente se é bom ou não, .

Quero deixar claro que não estou escrevendo essa carta em forma de declaração ou algo do tipo, essa carta é um desabafo, um pedido de explicação a algumas perguntas que faço desde o dia em que me aceitou no Facebook: “Por que aceitou? Por que perguntou o porquê de eu achar que não ia responder e não respondeu mais? Se não quer falar comigo ou me ver por que vai passar o intervalo no meu centro, cada dia com pessoas diferentes, sabendo que vou estar lá e que vou ficar te olhando? E foi para me evitar que mudou o seu caminho, indo para seu centro pelo calçadão? ”.

Depois de tudo isso, depois de 1 mês, de sensações e emoções, eu só peço um simples “oi” ou um belo sorriso seu, ou até mesmo uma simples curtida em uma foto minha no Facebook (não é pedir demais, né?), só quero tentar encerrar essa historia com um “...e viveram felizes para sempre, cada um do seu lado” concluindo que quando eu quero, eu posso, eu consigo e se possível tentar desfazer todas as indagações que tenho em relação a você.


A gente se vê pelos corredores do meu centro ou no calçadão, com óculos ou não, na chegada, no intervalo ou na saída, sozinho ou acompanhado, me olhando ou não, mudando de caminho ou não, mas a gente se vê! 

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